Há dias dei por mim a dizer, como verdade incontestável, que as pessoas não mudam. Concordaram comigo, mas ressalvaram que as pessoas parecem mudar, porque têm "fases". Mas o que são as fases, mais do que as várias faces de um mesmo ser? Nem sei se considero fases como algo isolado, como essa minha amiga me dava a entender. Uma fase é uma exacerbação de uma qualquer particularidade da nossa essência. Essência essa que não creio que mude. E no entanto... passamos boa parte da vida a tentar mudar a nossa e a dos outros. Achamos sempre que o namorado abusivo vai mudar e tornar-se mais carinhoso, que a mãe negligente nos vai passar a dar atenção com o passar dos anos, que o amigo vai passar a ter mais consideração por nós e dar valor a quem o trata bem. A besta da realidade é que mesmo que tudo pareça ter mudado, basta um clique, um acontecimento que retire a pessoa do aparente controlo que tem sobre os seus comportamentos, e os velhos hábitos voltam como se nunca se tivessem ausentado. Permaneceram dormentes, aninhados nas profundezas do ser, apenas à espera que a farsa caísse. Por isso não, não acredito que as pessoas mudem. Apenas desenvolvem uma extrema capacidade de mentir, por vezes até a si próprias.
3 comentários:
"Uma fase é uma exacerbação de uma qualquer particularidade da nossa essência."
Uuuuuuuhhhhh....don't get technical on me :P
Eu acredito que as pessoas podem mudar, MAS só se passarem por algum evento traumatico.
Eu também acho que as pessoas não mudam, mas acredito que possam crescer e com isso mudarem de perspectiva em relação a muitas coisas. Eu, por exemplo, era bem mais resmungona que sou agora - ainda o sou, atenção! - mas já aprendi que não vale a pena chatear-me com tudo e mais alguma coisa.
Jedi, eu sou uma picuinhas, como já devs ter reparado ;)
e sim, essa é uma das poucas ressalvas que faço à minha teoria!
Karina, tens toda a razão. Mas a tua natureza resmungona permaneceu, certo? Apenas decidiste que não valia muito a pena dar-lhe uso :) Felizmente que crescemos. Aprendemos a contornar e controlar os nossos defeitos. E claro, explorar outros pontos de vista!
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