11 de julho de 2013

Há dias dei por mim a dizer, como verdade incontestável, que as pessoas não mudam. Concordaram comigo, mas ressalvaram que as pessoas parecem mudar, porque têm "fases". Mas o que são as fases, mais do que as várias faces de um mesmo ser? Nem sei se considero fases como algo isolado, como essa minha amiga me dava a entender. Uma fase é uma exacerbação de uma qualquer particularidade da nossa essência. Essência essa que não creio que mude. E no entanto... passamos boa parte da vida a tentar mudar a nossa e a dos outros. Achamos sempre que o namorado abusivo vai mudar e tornar-se mais carinhoso, que a mãe negligente nos vai passar a dar atenção com o passar dos anos, que o amigo vai passar a ter mais consideração por nós e dar valor a quem o trata bem. A besta da realidade é que mesmo que tudo pareça ter mudado, basta um clique, um acontecimento que retire a pessoa do aparente controlo que tem sobre os seus comportamentos, e os velhos hábitos voltam como se nunca se tivessem ausentado. Permaneceram dormentes, aninhados nas profundezas do ser, apenas à espera que a farsa caísse. Por isso não, não acredito que as pessoas mudem. Apenas desenvolvem uma extrema capacidade de mentir, por vezes até a si próprias. 

3 comentários:

Jedi Master Atomic disse...

"Uma fase é uma exacerbação de uma qualquer particularidade da nossa essência."

Uuuuuuuhhhhh....don't get technical on me :P

Eu acredito que as pessoas podem mudar, MAS só se passarem por algum evento traumatico.

Karina sem acento disse...

Eu também acho que as pessoas não mudam, mas acredito que possam crescer e com isso mudarem de perspectiva em relação a muitas coisas. Eu, por exemplo, era bem mais resmungona que sou agora - ainda o sou, atenção! - mas já aprendi que não vale a pena chatear-me com tudo e mais alguma coisa.

Turtle disse...

Jedi, eu sou uma picuinhas, como já devs ter reparado ;)
e sim, essa é uma das poucas ressalvas que faço à minha teoria!

Karina, tens toda a razão. Mas a tua natureza resmungona permaneceu, certo? Apenas decidiste que não valia muito a pena dar-lhe uso :) Felizmente que crescemos. Aprendemos a contornar e controlar os nossos defeitos. E claro, explorar outros pontos de vista!