29 de junho de 2012

Jardineira que espera, sempre alcança

Quando vim morar para esta casa, há já 12 anos, achei que a varanda precisava de um pouco de cor. Numa ida ao viveiro de plantas com a minha mãe, lá a consegui convencer a levar 3 cactos de tamanho absolutamente minúsculo e plantar num vasinho (que já não é o mesmo), tentando despertar a jardineira que há em mim. Bem, suponho que seja a Bela Adormecida, porque até agora ainda não acordou, mas adiante. No viveiro, os cactos mini-fralda estavam fenomenais: pequeninos, verdinhos e com flores que desafiavam as leis da gravidade de tão grandes que eram. E coloridas, já disse? Eis que vieram cá para casa e o tempo tratou de lhes retirar as flores. E durante 11 anos, nunca mais floriram. Cresceram, serviram de sistema "gatekeeping" para o cão da vizinha do lado não vir plantar cagalhotos na minha sala (entrando através da varanda, que tem comunicação), para a minha mãe se picar 25908927 vezes quando se armava em jardineira experiente, um deles secou, outro ficou parecido com o órgão reprodutor masculino (de grande qualidade, if you know what I mean) e foram finalmente expulsos para o quintal quando o bisbilhoteiro do meu sobrinho lá foi arrear o dedo e abriu o berreiro. Pensei que nunca mais os visse bonitos, como quando os fui buscar. Lá deviam estar entupidos de hormonas, temperatura e humidade controladas e retetéu, cá em casa levavam com sol o dia inteiro e água quando alguém se lembrava (quando esse alguém era eu, ficavam em perigo de morrer afogados, segundo a minha mãe me dizia sempre). Qual não é a minha surpresa quando, num intervalo de estudo, vejo do cimo da minha varanda dois pontos amarelos no quintal que não estavam lá ontem. 12 anos depois, sem qualquer esperança da minha parte, desabrocharam duas flores amarelonas (na foto não se vê tão bem a cor, infelizmente) e está pelo menos mais uma para vir. Não resisto a fazer um paralelismo com os acontecimentos na minha família. Durante estes 12 anos, houve mais espinhos que flores. Espero que esta nova decoração do meu quintal seja um bom auspício do que está para vir :)

8 comentários:

Jedi Master Atomic disse...

Bem, se um deles ficou parecido com o orgão reprodutor masculino então é natural que desabroche...lol (too dirty??? :P)

É sempre bom ver um cato (será que agora se escreve assim ou ainda leva o "c" antes do "t"?) a dar flor.

Turtle disse...

Jedi, não foi esse que desabrochou... mas vá, foi borderline dirty! Quanto ao cacto eu estive mesmo para escrever um parêntesis a dizer "sim, com C antes do T, que eu não me rendo aquela coisa pestilenta que dá pelo nome de Novo Acordo Ortográfico" :P

Jedi Master Atomic disse...

Surrender.....give in....to acordo ortográfico :P

Turtle disse...

NEVER!

sapo disse...

São uns seres interessantes, os cactos (NEVER surrender ao aborto ortográfico!) Não apenas pelas flores mas pela capacidade de resistência às adversidades.
E todavia, florescem...

CurlyGirl disse...

Os caCtos são as minhas plantas favoritas. São independentes. xD Mas acho que não tenho jeito nenhum para a jardinagem. lol

Patrícia disse...

Que giro :) Vê lá depois de tanto tempo sempre deu umas flores. Ainda bem que não desististe deles.

Eu por acaso já quis ter um cacto mas lidar com plantas não é o meu forte.

Turtle disse...

sapo, concordo, os cactos são tanto um exemplo de sobrevivência como um exemplo de beleza, ainda que rara :)

CurlyGirl, a minha conclusão é que tu és um cacto com pernas!

Patrícia, eu não desisto, mas deixei me de preocupar com isso, aceitei-os como eram. Talvez sejam como algumas pessoas: só quando as aceitamos como elas são, poderão realmente florescer :)