Mal dei por mim e já estou nos 21. Ainda ontem andava a bater com a cabeça nas paredes (e será que deixei?) porque não me sabia equilibrar. Aprendi que a vida passa rápido e que nem tudo corre como eu quero ou como se merece. Que há coisas que não têm valor nenhum a não ser que sejam partilhadas com quem faz parte de mim, com quem faz parte de quem eu sou. Aprendi que há pessoas e pessoas, mas que as que realmente merecem, estão onde quer que eu precise delas. Decidi que não tenho nada a perder e que os problemas são para resolver na hora. Se estragar, é porque não estava destinado a continuar. Em 21 anos acreditei em mil coisas e deixei de acreditar em outras mil. Aprendi a conhecer os meus limites e a melhor maneira de lidar comigo mesma. Esqueci mágoas (vá, esquecer não se esquece, passa-se por cima com uma roda de camião TIR) e criei laços que espero nunca serem quebrados. Ensinaram-me que as coisas e as pessoas vêm e vão. Sim, eu sei, acabei de me contradizer, mas isso foi outra coisa que aceitei: sou assim mesmo. Que a efemeridade é uma constante da vida, e que volvidos 21 anos ainda não a vejo com bons olhos. Percebi que tenho de ser boa para mim mesma para conseguir sê-lo com os outros. Entendi que chorar não faz mal e que um abraço faz muita falta. Reaprendi a estar sozinha. E a gostar. No fundo, aos 21, quero levar comigo a bagagem de mão, só com as coisas essenciais, e deixar a bagagem pesada, daquelas que até pagam mais por terem ultrapassado o limite admitido, no porão do avião. Dizem que os 21 são um rito de passagem e agora entendo porquê. 18 my ass. Aos 21 é que se começa a perceber o que nos faz bem e o que nos magoa, sem trocarmos de opinião 30 vezes por dia. Aos 21 começa-se a perceber que nada faz sentido a não ser que tenha um propósito, nem que esse seja apenas for the sake of it. Aos 21 sei melhor o que quero e sei melhor ainda o que não quero. E hoje sei que tudo tem uma razão de ser e não há assim tantas coincidências quanto isso. Hoje sei que tenho tudo o que preciso para ser feliz, hoje. Amanhã terei mais ainda. E só tenho 21 anos desde dia 5 de Outubro. Isto promete.
7 comentários:
Parabénss!! Sabes que agora até aos 30 é um pulinho, isto é o que diz a minha mãe, eu não acredito.
Obrigada! É bom que não seja um pulinho, eu não tenho pressa nenhuma :)
Parabéns Turtle. 21! Bela idade. Onde ela já vai! :D Foram muito bons os meus 21.
É bom que mantenhas o espírito aberto e que te vás preparando para dar o peito às balas, porque se achas que até agora foi difícil, as verdadeiras mudanças estão para vir: terminar o curso, deixar a faculdade, começar a trabalhar tudo isto na esperança de encontrar um sentido para a vida. A parte boa é que tu tens as respostas dentro de ti.
Gostei especialmente da parte em que referes que queres viajar só com a viagem de mão. Na verdade, tu bastas. Desde que te leves a ti toda, inteira e com consciência plena de quem és, do que podes e deves fazer, a bagagem, mesmo a de mão encontra-se em todo o lado.
E não Miss Murder, ao contrário do que diz a tua mãe, não é aos 21 que se sente que é um pulinho até aos 30. Para mim, foi depois dos 26. :)
Os meus parabéns atrasados! Espero sinceramente que este novo ano de vida te traga muitas coisas boas! Os meus anos ímpares costumam ser os melhores, espero que o teu também seja!
Beijinhos
sapo, obrigada! Mas não me assustes, que isto não tem sido nenhum passeio pelo parque até agora... mas tens toda a razão: é quando tiver de me virar sozinha que vai ser a doer e é por isso que não quero que a faculdade acabe :P também gosto de acreditar que eu, inteira, basto. Mas como ao longo do caminho vou perdendo peças, tenho de levar a bagagem de mão!
teardrop, obrigada! Olha nunca reparei nessa coisa dos ímpares, mas agora que falas nisso... vou prestar atenção! :)
Não é para te assustar. Tens tempo para isso. Mas com 21 achamos que vamos mudar o mundo e infelizmente é o mundo que nos vai mudando. Luta contra isso! Por ti. Só por ti!
sapo, eu não tenho pretensões de mudar o mundo. Se me conseguir mudar a mim própria já não é mau!
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