17 de outubro de 2010

da Dependência

Por muito independentes que queiramos ser, estamos dependentes de tudo e todos, de alguma forma. Estamos dependentes do tempo para vestir aquele vestido que comprámos a semana passada, estamos dependentes dos nossos pais (parasitas como eu que ainda não abandonaram o ninho e nem planeiam fazê-lo enquanto não souberem voar como deve ser) para nos alimentar e nos dar um tecto, estamos dependentes daquele colega que faz o trabalho connosco, do professor para dar os slides da aula, da Companhia das Águas para tomar o banho matinal e dos russos para comer pão ao pequeno-almoço (ou no meu caso, pequeno-almoço, almoço, lanche e jantar, que o que é bom é para se comer), do lado da cama que acordaram os magnatas do petróleo dos Emirados Árabes Unidos para poder por combustível no carro e ir trabalhar ou dos senhores dos comboios não se lembrarem de fazer greve para conseguirmos sair do sítio. Mas estas são as dependências que não conseguimos controlar (vá, tirando a de não ter o seu próprio ganha-pão por enquanto). As outras, aquelas que nós próprios criamos sem darmos por isso, essas sim, são perigosas. Envolve-mo-nos demasiado, aproxima-mo-nos do precipício contando que o mecânico tenha verificado os travões... quando o mecânico somos nós e o travão é a nossa razão.

Mas é preciso arriscar. É preciso encarar o precipício para ver o que se esconde lá em baixo.


3 comentários:

CurlyGirl disse...

E quando quem manda somos nós podemos sempre transformar o precipício numa linda cascata e ter 7 vidas como os gatos.

(não sei se percebeste, mas vou supor que sim lol)

Turtle disse...

Gostei:) Espero não precisar dessas vidas todas!

S* disse...

Eu dependo dos meus para ser feliz. Com muito gosto.